Nos Caminhos da Filosofia e da Ciência

Não pode haver conhecimento real sem se conhecerem o "como" e o "porquê" dos fenómenos.

À Filosofia compete percorrer os estados de diálogo interrogativos permanentes, sobre o "quê" e o "porquê" dos fenómenos, sejam humanos ou físico-naturais. À Ciência cabem-lhe as funções da explicação na sua regularidade e no "como" de tal regularidade e invariância.

Ciência e Filosofia encontram-se na mesma unidade de saber, apenas se orientam para a realização das suas funções em metodologias e propósitos distintos; que, por serem distintos, também distintos são os anseios que movem filósofos e cientistas.

Para explicar-se, é preciso construir as explicações. A ciência resulta de construções racionais práticas e teóricas. Estas construções assentam em bases de conhecimento científico que exigem a classificação, hierarquização e ordenação dos elementos para construção dos quadros ordenadores e definidores do conhecimento. No diálogo interrogativo sobre o "quê" e o "porquê" dos fenómenos, a Filosofia exige sínteses englobantes destes fatores para poder formular as interrogações e questioná-las em toda a extensão.

Assim começarão os caminhos da Filosofia e da Ciência: conduzir bem a Razão para devolver ao espírito o conhecimento dos atos puros da intuição e do trabalho profundo de todas as deduções a posteriori, tão necessárias aos fundamentos da razão humana como às construções objetivas e essenciais de toda a realidade fenoménica que ao ser humano vão sendo possíveis.

Racionalizar para entender; fundamentar para provar; demonstrar para garantir a exequibilidade das experiências humano-individuais e posterior extensão em toda a universalidade.

Não pode haver conhecimento real sem se conhecer o "como" e o "porquê dos fenómenos"; a Filosofia e a Ciência encontram-se na mesma unidade de saber; não poderão viver uma sem a outra.

Macedo Teixeira